Ilha de Paquetá: histórias e paisagens a uma barca do centro do Rio de Janeiro
Talvez alguns nem saibam que a Ilha de Paquetá não é uma cidade, mas um bairro do Rio de Janeiro. Situada na Baía de Guanabara e ladeada pela Ilha do Governador, a ilha inicialmente pertenceu ao município de Magé, na Baixada Fluminense, mas, graças a sua proximidade com o Rio foi incorporada à capital.
Apesar da mudança na administração, o cenário praticamente idílico e sem carros permanece o mesmo. Além disso, Paquetá é repleta de lendas e histórias contadas pelos locais sobre anedotas que se passaram ali desde os tempos do Império.
Para chegar em Paquetá, os visitantes devem acessar as barcas que partem da Praça XV , no Rio de Janeiro. Dali até a ilha, a agradável viagem é de cerca de 50 minutos. O ponto de chegada é na Praça Pintor Pedro Bruno, um ponto relativamente central em relação ao território da ilha.
Confira algumas atrações que valem a viagem até Paquetá.
1. Praia José Bonifácio e Casa de Cultura
A Praia José Bonifácio é paralela à Praça Pintor Pedro Bruno, na outra margem da ilha. Dali se vê a Igreja do Senhor Bom Jesus do Monte, erguida em 1763 e com elementos em estilo neogótico. A praia oferece uma belíssima vista para a Baía de Guanabara que pode ser apreciada a bordo de um dos pedalinhos disponíveis. Contudo, informe-se sobre as condições de banho, pois nem sempre as águas de Paquetá estão próprias.
Casa de Cultura José Bonifácio Casa de Cultura José Bonifácio/Divulgação
Logo em frente à praia fica a Casa de Cultura José Bonifácio , onde funciona o Museu de Comunicação e Costumes. O imóvel onde um dos patronos da Independência do Brasil residiu e cumpriu prisão domiciliar é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
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No museu, que tem entrada gratuita, está um acervo de mais de 20 mil peças representativas dos costumes e da comunicação desde o século 19. A casa está aberta para visitas de sexta a domingo, das 8 às 16h. Visitas guiadas ocorrem aos sábados, das 9h às 12h.
2. Ponte da Saudade
Seguindo para o norte da ilha, pela praia José Bonifácio, chega-se à Ponte da Saudade, que na verdade é um píer – não espere uma estrutura conectando Paquetá a outra faixa de terra. O píer tem este nome graças à triste lenda de João Saudade, um homem escravizado no período colonial que ia até este local chorar e rememorar sua família na África.
Ponte da Saudade, na verdade, é um píer Donatas Dabravolskas/Wikimedia Commons
O local atrai muitos visitantes no final da tarde para apreciar o pôr do sol e fotografar o cenário encantador.
3. A praia e a pedra da Moreninha
Indo em frente, você chegará na Praia da Moreninha, onde também está situada a lendária pedra homônima. O local possui uma pequena trilha que leva ao topo da pedra, onde a protagonista do romance de Joaquim Manuel de Macedo esperava o seu amado.
Vista a partir da Pedra da Moreninha, em Paquetá Jonas de Carvalho/Flickr
A pedra faz o papel de um pequeno mirante natural de onde é possível ter uma bela vista para a Baía da Guanabara e a Ilha de Brocoió.
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4. Praça de São Roque
Nas proximidades da praia você encontrará a principal praça da ilha, a São Roque. Por ali estão a Capela de São Roque, o charmoso Coreto Renato Antunes e o Poço de São Roque, outro local da ilha cercado de histórias. A lenda conta que as águas do poço tinham poderes milagrosos, a ponto de curar uma úlcera da perna do Imperador Dom João VI.
Capela São Roque em Paquetá Halley Pacheco de Oliveira/Wikimedia Commons
No extremo norte também encontram-se a Praia dos Coqueiros, a Praia do Catimbau e a Praia do Buraco, todas muito belas, mas não necessariamente próprias para banho.
5. Baobá Maria Gorda
Retornando pela margem oposta, você encontrará um dos pontos de maior interesse em Paquetá: o baobá Maria Gorda. A gigantesca árvore de origem africana tem centenas de anos e foi tombada pelo Patrimônio Histórico do Estado. Com mais de 7 metros de circunferência, Maria Gorda tem uma placa convidando os visitantes a uma simpatia: quem beijar o tronco da árvore terá sorte por longo prazo, mas quem maltratá-la terá sete anos de atraso.
Placa do baobá carrega sua lenda arvoresdorio.com.br/Reprodução
Próximo do baobá também estão o canhão de saudação a Dom João VI, disparado como recepção nas ocasiões em que o monarca visitava a ilha, e o Caramanchão dos Tamoios, uma espécie de deck sobre o mar e excelente ponto para fotografias.
6. Farol da Mesbla
Localizado na parte sul da ilha, o Farol da Mesbla tem uma torre de 9 metros de altura e uma réplica do relógio das antigas Lojas Mesbla do centro da cidade do Rio de Janeiro. Situado nas proximidades da antiga colônia de férias dos funcionários, o farol foi erguido em meados dos anos 1960 em celebração ao aniversário da loja de departamentos homônima, que faliu em 1999.
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Farol carrega relógio semelhante ao que existia na histórica loja de departamentos no Rio de Janeiro Gilvanbagatini/Wikimedia Commons
Ainda mais ao sul da ilha fica a Casa da Moreninha, um ponto muito fotografado que não está aberto para visitação. A casa, um chalé cor de rosa, foi cenário do filme e da telenovela A Moreninha , obra que marca o início do Romantismo no Brasil.
Este é um local único (talvez no mundo) e completamente inusitado. Trata-se exatamente do que o título sugere: um cemitério de pássaros. A estimativa é de que o local tenha sido construído no século 19, com projeto do pintor que batiza a praça de chegada na ilha e responsável pelo projeto do cemitério (humano) logo ao lado: o artista Pedro Bruno.
O local repleto de túmulos pequeninos é uma espécie de templo ao amor à natureza com belíssimas decorações, incluindo os monumentos “Pássaro abatido” e “Pouso do Pássaro Cansado”. Mantido por moradores locais, o cemitério é aberto para visitação.
8. Parque Darke de Mattos
Localizado no extremo sul da ilha de Paquetá e da orla da Praia José Bonifácio, o Parque Darke de Mattos oferece uma ampla área verde à beira-mar com vista para o Pão de Açúcar e a paisagem do Rio de Janeiro.
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Mirante no antigo coreto do Parque Darke de Mattos, em Paquetá Donatas Dabravolskas/Wikimedia Commons
O parque possui diversas árvores centenárias, espaços de recreação infantil, trilhas para caminhadas e dois mirantes.
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Com suas belezas naturais e infraestrutura urbana consolidada, Palmas se fortalece como destino turístico regional. Um levantamento da Agência Municipal de Turismo (Agtur), referente ao primeiro semestre de 2025, traça o perfil do visitante que chega à Capital, revelando que turismo de negócios é hoje o principal motivo das viagens para Palmas.
Esse segmento representa 31,82% dos deslocamentos no primeiro semestre de 2025. Na sequência, aparecem o turismo no Jalapão (24,59%) e o turismo em Taquaruçu (17,05%).
O levantamento revela que homens solteiros, com idades entre 30 e 39 anos, hospedados em hotéis e dispostos a gastar entre R$ 100 e R$ 200 por dia, compõem a maior parte dos turistas da Capital. No total, 52,27% dos visitantes são homens e 47,73% mulheres, com tempo médio de permanência de dois dias.
As profissões mais citadas são empresários (22,73%), trabalhadores com carteira assinada (18,18%), estudantes (12,50%) e servidores públicos (12,50%).
De acordo com o economista da Agência Municipal de Turismo (Agtur), Marlo Galvão Feitosa, o perfil do visitante mostra diferenças marcantes entre homens e mulheres. “Quando avaliamos o motivo da viagem, percebemos que 45,65% dos homens vêm a Palmas para o turismo de negócios, enquanto 61,90% das mulheres viajam com foco no lazer”, explica.
O setor de serviços ligados ao turismo também apresentou desempenho positivo. Entre janeiro e junho, Palmas registrou crescimento de 9,55% na geração de empregos, o que representa 641 novos postos formais, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O transporte terrestre foi o principal destaque, responsável por 419 vagas, somando agora 2.228 vínculos ativos. Já as atividades artísticas e culturais tiveram crescimento de 23,53%. Atualmente, a Capital reúne 949 prestadores de serviços turísticos cadastrados no Cadastur, equivalente a 36,98% do total do Tocantins.
Na movimentação aérea, o Aeroporto de Palmas registrou alta de 4,8% nos embarques e 7,94% nos desembarques no quadrimestre de janeiro a abril de 2025, em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram 111.730 embarques e 115.134 desembarques.
Palmas em valorização
Para a presidente da Agtur, Ana Paula Setti Nogueira, os números confirmam que a cidade se consolida como destino estratégico. “O turismo de negócios desponta como uma vocação natural de Palmas, mas os dados também mostram que há espaço para o lazer, o ecoturismo e a cultura. Nosso objetivo é fortalecer essa diversidade de experiências, garantindo qualidade na infraestrutura e ampliando as oportunidades para os visitantes e empreendedores locais”, destacou.