AGRONEGÓCIO
Bahia Farm Show destaca potencial da irrigação
AGRONEGÓCIO
A Bahia Farm Show, realizada em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste baiano, encerrou a edição de 2024 com um volume total de negócios de R$ 10,9 bilhões. Esse resultado representa um crescimento de 32,7% em comparação a 2023, confirmando a importância e o desenvolvimento da região como polo agrícola. O evento é parte fundamental da dinâmica do Matopiba, região que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida por sua expansão agrícola, especialmente no cultivo de grãos, iniciada na segunda metade dos anos 1980.
A Bahia vem se destacando com sete anos consecutivos de safras recordes, alcançando em 2023 uma produção de 6,44 milhões de toneladas. Esse desempenho é facilitado pela topografia favorável e pela disponibilidade abundante de água, fatores que têm impulsionado a agricultura irrigada no estado.
Especialistas apontam que a irrigação por pivôs pode aumentar a produtividade em até três vezes em comparação com áreas não irrigadas. Além do aumento da produtividade, a técnica oferece melhorias na qualidade dos produtos, redução de custos unitários, mitigação dos impactos da variabilidade climática, otimização de insumos e equipamentos, além de garantir uma oferta constante e regular de alimentos.
De acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a irrigação por pivôs tem potencial para crescer 45% até 2030 no Brasil, atendendo à crescente demanda por alimentos. No entanto, para que esse crescimento ocorra, é necessário superar desafios que vão além do controle dos produtores.
A combinação de uma boa topografia, baixo custo das terras e a adoção de novas tecnologias contribuiu para o avanço agrícola no Cerrado, especialmente em áreas de pastagens subutilizadas. Com o aumento da procura por terras na região, houve uma valorização significativa dessas áreas. Em resposta, os produtores estão focando na melhoria da eficiência de suas propriedades atuais, em vez de investir em novos terrenos.
A região do Matopiba já responde por mais de 12% da produção total de soja no Brasil e tem potencial para crescer ainda mais com a ajuda de tecnologias como a irrigação por pivôs. Essa tecnologia é especialmente valiosa em períodos de calor intenso, ajudando a garantir o bom desenvolvimento das lavouras. Os resultados da Bahia Farm Show refletem o potencial da região e o interesse crescente dos produtores em sistemas de irrigação.
Segundo dados da ANA, o Cerrado responde por 70,4% da área total de pivôs centrais no Brasil. Essa concentração se deve à expansão da agricultura em áreas com maior déficit hídrico, à estrutura fundiária de grandes e médias propriedades e à adequação desse sistema para grandes áreas relativamente planas com tipos de solo predominantes na região.
Os produtores estão cada vez mais adotando a irrigação como uma alternativa ao alto custo das terras e como uma forma de garantir a produtividade. Muitos agricultores não buscam aumentar a área plantada, mas sim assegurar que poderão plantar e colher suas safras de forma eficiente e segura.
Fonte: Pensar Agro
AGRONEGÓCIO
Rio Verde celebra 177 anos como potência do agronegócio e polo de desenvolvimento em Goiás
Nesta terça-feira, 5 de agosto, o município de Rio Verde, no Sudoeste de Goiás, comemora seus 177 anos de fundação. Com uma trajetória marcada pela fé, pelo trabalho no campo e pela capacidade de se reinventar, a cidade se consolidou como uma das maiores potências econômicas do Centro-Oeste brasileiro, mantendo firme suas raízes na agropecuária.
Com uma população estimada de quase 240 mil habitantes, Rio Verde é atualmente a maior produtora de soja de Goiás, a segunda maior produtora de grãos do Brasil e a quarta maior exportadora nacional de grãos. Metade de toda a riqueza gerada no município vem diretamente do agronegócio, setor que impulsiona o crescimento local desde os anos 1970.
Sua produção agrícola é diversificada e inclui soja, milho, arroz, algodão, feijão, girassol, sorgo e, mais recentemente, tomate. Sob gestão de Wellington Carrijo (MDB), o município também se destaca nos rebanhos bovino, suíno e avícola, com forte presença da agroindústria no processamento de carnes, grãos e outros alimentos.
Origens: fé, terra e pioneirismo
A ocupação da região de Rio Verde teve início no século XIX, com a implantação de uma política de incentivos fiscais pela então Província de Goiás. A Lei nº 11, de 1834, concedia isenção de impostos por dez anos a criadores de gado bovino e equino que se estabelecessem no sul goiano.
Foi nesse contexto que o pioneiro José Rodrigues de Mendonça, ao lado da esposa Florentina Cláudia de São Bernardo, fixou residência na região por volta de 1840. O casal doou sete sesmarias para a construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora das Dores, marco inicial da formação do povoado.
Assim surgiu o Arraial de Nossa Senhora das Dores do Rio Verde, elevado à categoria de Distrito em 1848 e posteriormente à condição de Vila em 1854, conforme leis provinciais da época. Um gesto de fé e solidariedade que daria origem a uma cidade que, quase dois séculos depois, movimenta bilhões de reais e gera milhares de empregos.
Transformação nos anos 1970: o cerrado vira celeiro
O salto decisivo para o desenvolvimento de Rio Verde aconteceu nos anos 1970, quando a abertura de estradas pavimentadas ligando o município a Goiânia e Itumbiara facilitou o escoamento da produção e atraiu agricultores do Sul e Sudeste do Brasil, além de produtores norte-americanos.
Esses migrantes trouxeram tecnologia, maquinário e capital, transformando o Cerrado em uma das regiões mais produtivas do país. A instalação de cooperativas agrícolas, indústrias alimentícias e centros de pesquisa consolidou o município como polo de inovação no campo.
Diversificação econômica e qualidade de vida
Embora o agronegócio siga como carro-chefe, outros setores também desempenham papel central na economia de Rio Verde. A cidade conta com fortes setores de comércio, serviços e agroindústria, que juntos geram milhares de empregos. Apenas em 2025, segundo dados da prefeitura, foram criadas mais de 3 mil novas vagas formais de trabalho.
Na área social, os indicadores também impressionam. Com 98,27% de escolarização entre crianças de 6 a 14 anos, o município se destaca na educação básica. O PIB per capita é de R$ 65.948,14, e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é de 0,754, considerado alto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Infraestrutura, eventos e futuro sustentável
Rio Verde também investe em infraestrutura logística e tecnologia de produção, tornando-se referência nacional em eventos agropecuários, turismo de negócios e visitas técnicas. Feiras, exposições, rodeios e congressos movimentam a economia e atraem visitantes de todo o país.
Com uma gestão focada no desenvolvimento sustentável, o município busca equilibrar crescimento econômico com preservação ambiental e inclusão social. A chegada de novas indústrias e a expansão da cadeia produtiva do agro são sinais claros de que a cidade ainda tem muito a crescer.